Uma ecobarreira de 17 metros foi implementada no Rio das Moças, em Saquarema, na última quinta-feira (29). A iniciativa, resultado da colaboração entre o Instituto APRENDER Ecologia, a Conservação Internacional Brasil, a Prefeitura de Saquarema, a ONG local Mar Sem Lixo e a Ecolocal Brasil, visa conter o avanço de resíduos sólidos até a lagoa, prevenindo a contaminação do ambiente marinho.
O evento contou com a participação de aproximadamente 30 pessoas, incluindo estudantes da Escola Municipal Jardim Ipitangas. Além da implementação da barreira, a ocasião incluiu a plantação de mudas e uma conversa sobre os impactos do lixo nos ecossistemas costeiros e marinhos.
“Saquarema está na Região dos Lagos, onde rios que descem da Serra do Mar passam por centros urbanos e desaguam em lagoas, que se conectam com o mar por canais. Estes canais são essenciais no ciclo de vida de muitos animais marinhos, porém também são conexões que levam poluição ao oceano. Chamamos todo esse conjunto de Ecossistemas de Surf”, afirmou Fabricio Almeida do Instituto APRENDER Ecologia..
O projeto da Ecobarreira faz parte da parceria Ecossistemas de Surf Brasil, entre a APRENDER e a Conservação Internacional Brasil, e contou com o apoio da Corona, da WSL One Ocean e da WSL Pure.
Saquarema, conhecida como o “Maracanã do Surf”, foi escolhida estrategicamente por abrigar a iniciativa Ecossistemas de Surf que contribuem diretamente para a qualidade das ondas na Região dos Lagos do estado do Rio de Janeiro, como Itaúna, onde acontece desde 2017 a etapa brasileira do circuito mundial de surf. O Rio das Moças foi selecionado com base em critérios como tamanho, dinâmica do rio, presença de lixo, acesso e interesse da comunidade local.
Desenvolvida pelo ativista ambiental Diego Saldanha, a ecobarreira é simples, porém eficaz para barrar lixo que desce o rio pela sua superfície, em sua maioria plásticos. Cerca de 80% do plástico nos oceanos, chega lá através dos rios.
A instalação será monitorada e terá manutenção contínua. Os materiais retirados serão destinados à reciclagem sempre que possível. O restante será encaminhado para o serviço municipal de coleta de resíduos – destinado ao aterro sanitário.
A Corona e a WSL One Ocean apoiam também outros projetos de ecobarreiras em rios ao redor do mundo. Na Indonésia, por exemplo, 21 ecobarreiras foram instaladas, retirando uma média de 750 kg de lixo dos rios por dia. A iniciativa também viabilizou uma ecobarreira no rio que deságua no renomado pico de surf Punta Roca em El Salvador.
Comments